Nos dias 22 a 24 de maior aconteceu o 15º Food Innovate Summit, em Amsterdam, com presença de lideranças de P&D e Marketing de alimentos do mundo inteiro. Como contei neste post, eu estive presente para fazer a cobertura do evento, e trazer aqui para o Sra Inovadeira as informações mais bacanas, os insights e tudo o mais que eu vi nesses três dias.
O evento cobriu as áreas de Ciência do Consumidor e Marketing, P&D e Formulação, e Inovação e Tecnologia. Em duas salas separadas, mais de 35 palestras e mesas redondas traçaram um panorama bastante abrangente do que o mundo da inovação de alimentos está vivendo em 2017.
Quem estava por lá pode conhecer cases de empresas gigantescas como a Mondelez até a ousadia de start-ups quase artesanais como a Naive. Além dos cases, foram apresentadas ferramentas incríveis para auxiliar a tomada de decisão em P&D e Marketing de alimentos, como a Flavorwiki, a Foodpairing.com e a Derval Research.
Esta é uma série de postagens a respeito do evento, e vamos começar com a palestra de abertura.
Transformando a pipoca em um negócio de multimilhão de quilos: A experiência de sucesso da ProperCorn na Indústria de Alimentos do Reino Unido
O evento foi aberto pela Cassandra Stavrou, a empreendedora por traz da ProperCorn, uma das 5 empresas que mais cresce na Europa, conforme a avaliação do Financial Times publicada em maio de 2017. Quem segue o Instagram da Sra Inovadeira já viu uma pontinha desta palestra aqui.
Contando como foi a trajetória da empresa, de apenas 5 anos, desde o insight que lhe mostrou que deveria empreender em pipocas, até o momento atual, em que considera a expansão para outros mercados fora Europa, Cassandra focou no slogan da empresa: Done Properly (em tradução livre: Feito Apropriadamente). Segundo ela, tudo o que é feito na empresa usa este princípio fundamental – e celebra a beleza de fazer as coisas simples.
Entre os inúmeros exemplos de integridade a este princípio, me chamou a atenção que a empresa acabou entrando num mercado inesperado ao criar uma camiseta personalizada para uma loja pop-up de verão – que, de tão atrativa, acabou virando um item de vendas. Quer a sua? Você pode comprar aqui (quando voltar ao estoque 😉).

Estiloso, hein?
Outro exemplo do uso da criatividade em conjunto com a atenção ao detalhe foi a solução encontrada pela empresa ao problema de exposição dos produtos. Disse Cassandra que frequentemente a pipoca e a embalagem ficavam danificadas devido ao mal manuseio no ponto de venda, e que eles precisavam encontrar uma forma de expor o produto em instalações temporárias de venda, como feiras e lojas pop-up.
A saída foi a criação de uma embalagem secundária que se transformava em display, e que beneficiava o posicionamento do produto na gôndola.
Um dos maiores desafios para uma nova empresa, segundo Cassandra, é superar a indiferença do consumidor. Seu conselho é se importar com o próprio produto, ter uma execução cuidadosa, entender o seu usuário o máximo possível e confrontar com este entendimento cada decisão tomada na empresa.
Quais as previsões da fundadora para o futuro da inovação de alimentos? Ela pensa que o campo mais excitante e promissor em inovação de alimentos é o formato, não tanto o sabor. Nos últimos 5 anos, a Propercorn lançou apenas 6 sabores – porque não tem interesse em inovar apenas por inovar.
E quer saber qual foi o primeiro equipamento da empresa para temperar a pipoca? Uma betoneira.
Para quem estava esperando um megaevento, com megaempresas, falando sobre megalançamentos, a abertura do Food Innovate foi uma bela reviravolta. ( 😉 no bom sentido, é claro)
Novamente: empresas pequenas e médias brilhado na inovação de alimentos (tanto lá, quanto cá).
Você pode baixar as palestras do evento aqui. As fotos oficiais do evento estão disponíveis aqui.